domingo, 28 de maio de 2017

DORINATO LIMA

Lei Municipal 0005/48 - CEP: 35680-215 
Denomina logradouro público: Rua Dr. Dorinato Lima/ Lourdes/Morro do Engenho

O doutor Dorinato de Oliveira Lima nasceu aos dois dias do mês de julho de 1886, na cidade de Entre Rios de Minas, filho de Adelino de Oliveira e d. Maria Cândida de Lima Oliveira.
Fez o curso secundário na Academia de Comércio de Juiz de Fora e diplomou-se, no ano de 1914, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, especializando-se em cirurgia. Fixou residência em Itaúna, onde instalou seu consultório médico. Casou-se, em 1916, com a senhora Geni Nogueira Lima, pertencente a tradicional família itaunense, eis que filha de Josias Nogueira Machado, personalidade das mais influentes no período da formação histórica do município, e de sua esposa Tereza Gonçalves Nogueira, filha de Manoel José de Souza Moreira e irmã do Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira.
Dorinato de Oliveira Lima, por seu talento profissional, adquiriu grande renome como cirurgião. Pacientes provindos, não apenas do município, mas, também, de toda a região centro-oeste do Estado vinha a Itaúna para serem submetidos a tratamento cirúrgico, especialmente a extração do bacio, hipertrofia da glândula tireoide, popularmente conhecida como “papo”, mal que grassava, em caráter epidêmico, através de diversas regiões mineiras. A intensa atividade do Dr. Dorinato de Oliveira Lima, como ilustre cirurgião, imprimiu grande movimentação e elevou o conceito profissional da “Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira”, especialmente nas décadas de 1920 e 1930, sendo que esta instituição, a que tanto serviu, concedeu-lhe, post-mortem, com integral justiça, o diploma de Irmão Benemérito, em 31 de agosto de 1947.
Faleceu em 13 de fevereiro de 1947, aos sessenta anos de idade, sobrevivendo-lhe a esposa, D. Gení Nogueira Lima, admirável exemplo de esposa e mãe, e seus dignos filhos, doutores Tito de Oliveira Lima e Fabre Machado Lima.
O “Minas Gerais”, órgão oficial do Estado, em seu necrológico publicado no dia seguinte ao de sua morte, observou com procedência:
“Mas, no Dr. Dorinato de Oliveira Lima, o político não superava o homem, que aparecia em toda a sua bela formação humana, e no recesso do lar, onde o chefe de família, possuidor de sólidas virtudes e nobres dotes de espírito, formara uma família honrada e digna, rodeada do apreço e da admiração de toda a nossa sociedade”.
Esta, assim, a vida deste ilustre e digno itaunense de adoção, Dorinato de Oliveira Lima, que, mercê de seu talento, bondade e criatividade soube conquistar espaço indelével na rica paisagem humana de Itaúna.
Dr. Dorinato Lima

Texto: Guaracy de Castro Nogueira (In memoriam)

Texto: Souza. Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna, BH, Ed. Littera Maciel Ltda., 1986, p. 258, 260.
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira .
Organização e Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Rua Dr. Dorinato Lima: Antiga Avenida 1 


quarta-feira, 24 de maio de 2017

ARTUR VILAÇA


Projeto de Lei 270/55 - CEP: 35680-052
Denomina logradouro público: Rua/Travessa Artur Vilaça / Centro
Antiga Travessa 2 de Janeiro

  
 “Prefeito e grande benemérito de Itaúna”

Conhecido como Coronel Arthur Contagem Vilaça. Não o considero “coronel” segundo a antiga versão política, pois foi um inovador. Nesta biografia, pretendo dar-lhe o verdadeiro reconhecimento, já que temos uma perspectiva histórica para julgá-lo, longe das paixões políticas e daqueles que teceram comentários sobre sua presença marcante em nossa cidade. Quero de início, relatar um episódio raro de sua conduta, como líder autêntico.

Desde 1922, o Brasil vinha sendo sacudido por um verdadeiro frenesi revolucionário. Em Minas, Antônio Carlos estabeleceu o voto secreto, fundou a Universidade e liderou um grande movimento de renovação. Em Itaúna, os políticos tradicionais apoiavam o presidente Washington Luiz, saudado na convenção que o elegeu pelo brilhante deputado federal por Minas, o itaunense Dr. Mário Matos.

A política do coronelismo oficial, em 1929, já havia escolhido, como candidato e futuro presidente, Júlio Prestes, que vinha fazendo boa administração em São Paulo, apoiado pelos governadores de 17 Estados. Antônio Carlos articulou a candidatura de Getúlio Vargas, tendo como seu companheiro de chapa João Pessoa, presidente da Paraíba. Surgiu a Aliança Liberal com o triângulo Minas, Rio Grande e Paraíba, para enfrentar o governo federal e os outros estados.

Como de costume, os coronéis fraudaram a eleição em favor do candidato oficial. Aconteceu a Revolução de 1930. Em Belo Horizonte o 12.º R.I., depois de vários dias de luta, rendeu-se à Polícia Mineira. Em Itaúna, Arthur Vilaça ficou ao lado das forças revolucionárias, organizou com jovens políticos locais, ente eles o Dr. Lima Coutinho, Juca Santos e Dr. Hely Nogueira, um pelotão para combater as forças tradicionais da República Velha. Minas colocou-se de pé. Surgiram a “Coluna Libertadora”, os Batalhões “Antônio Carlos”, “Olegário Maciel”, “Raul Soares”, “Mario Brant” e “Artur Bernardes”.

Vilaça hipotecou apoio a Getúlio Vargas e como ato significativo denominou nossa praça principal de João Pessoa, assassinado em Recife. Em 24 de outubro Washington Luiz foi deposto e a 3 de outubro empossado Getúlio Vargas. Foi o fim do regime instituído em 1891. Registre-se que Artur Vilaça, anteriormente, foi vereador no período de 1.º de maio de 1912 a 1.º de janeiro de 1916 e, depois, Presidente da Câmara e Agente Executivo para o mandato que se iniciou em 17 de maio de 1927, com apoio das forças tradicionais do Partido Republicano Mineiro (nos municípios os nomes dos partidos tinham coloração local), praticamente único partido oficial, que dominava a política itaunense desde os tempos do Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira. Nessa legislatura, os demais vereadores do município eram Dr. Mário Matos, Dr. Dario, Dr. Lincoln e Zezé Lima e havia mais quatro vereadores dos distritos.

Com a vitória da Revolução, Olegário Maciel continuou no governo do Estado e nomeou Artur Vilaça como o primeiro Prefeito Municipal com este título. Continuou administrando o município com isenção, dignidade e operosidade, sem usar dos poderes que tinha nesse período revolucionário, respeitando os direitos inalienáveis de cada cidadão. Os que perderam seu mandato se sentiram traídos; este acontecimento foi um divisor de águas na política local. Vilaça exerceu o mandato por 9 anos, 6 meses e 11 dias; permaneceu no cargo até 28 de janeiro de 1936, quando foi exonerado, a seu pedido, pelo Governador Benedicto Valadares.

Getúlio que prometera reconstitucionalizar o país em 1936, implantou o Estado Novo em 1937, governando como ditador. Artur Vilaça, amigo dos antigos membros da Aliança Liberal, os que se tornaram signatários do famoso “Manifesto dos Mineiros”, entre eles Pedro Aleixo, Jonas Barcelos Corrêa, Bueno Brandão, Mário Brant e tantos outros, entrou no partido de oposição, UDN, que provocou a queda do regime e deu uma Constituição Democrática ao País, em 1946.
Artur Vilaça nasceu em Dom Silvério, hoje Crucilândia, na época pertencente a Bonfim, em 20 de agosto de 1885, filho de Henrique Ferreira Vilaça e Francisca Álvares de Abreu e Silva. Estudou no Colégio Dom Bosco, de Cachoeira do Campo e no Colégio Azevedo, de Sabará. Diplomou-se em farmácia pela tradicional Faculdade de Farmácia de Ouro Preto, em 5 de dezembro de 1903. Era descendente da famosa Joaquina de Pompéu, tronco de ilustres personalidades mineiras, sua trisavó. Faleceu em Itaúna, terra que muito amou, em 18 de maio de 1955.

Casou-se, em 30 de maio de 1906, em Itaguara com Maria das Dores de Oliveira Campos, a Dona Dorica. Ao final de suas vidas se tornariam grandes beneméritos em Itaúna e em Itaguara, terra natal de Dorica. No mesmo ano de seu casamento, Vilaça transferiu-se para Itaúna, estabelecendo-se com uma farmácia que dirigiu por mais de vinte anos.
        Como Prefeito, Vilaça embasou seus mandatos no trinômio: comunicação, saúde e educação. Concluiu o importante serviço de abastecimento de água potável e a rede de esgotos, iniciados na administração anterior. Introduziu melhoramentos nos serviços telefônicos, bem como investiu na melhoria do aspecto urbano da cidade, com a construção dos jardins do antigo Largo da Matriz, em conformidade com projeto técnico do alemão Steinmetz, inaugurados em outubro de 1929. A conservação e a construção de estradas vicinais, ligando a sede aos povoados do município, mereceram sua especial atenção. Ampliou e reformou escolas.

         Em sua administração, em 1928, inaugurou-se a primeira agência bancária em Itaúna, do antigo Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, vendido ao Nacional. Foi um dos fundadores do Banco Industrial de Minas Gerais, depois vendido ao Banco Mercantil. Instalou uma agência de seu Banco em Itaúna e deu a Crucilândia sua primeira agência bancária.

Foi o Presidente da Sociedade Anônima que construiu o prédio da Escola Normal. Em 1930, graças aos esforços de sua administração, com o apoio do deputado federal Mário Matos, conseguiu sua oficialização. O deputado foi cassado pela Revolução e seu mandato estenderia até 1932. Como Arthur Vilaça apoiou Getúlio, Mário Matos jamais o perdoou, o que motivou a desoficialização da Escola Normal em 1938. “Valadares tinha no seu governo, na Diretoria da Imprensa Oficial do Estado, justamente Mário Matos que, automaticamente, começou a comandar politicamente o Município de Itaúna, bem como a exercer expressiva influência sobre a estratégia governamental praticada por Benedicto Valadares”.

Arthur e Dorica não tiveram filhos, mas dedicaram todo seu afeto à família, amparando sobrinhos e parentes. Criou em sua casa a sobrinha Zoé Vilaça Lara, que se casou com Severino de Paula Lara, de cujo enlace nasceu dois filhos: Artur Lúcio e Magda Lúcia. Artur Lúcio Lara, nascido em 1945, casou-se com sua conterrânea Idalina Dornas Diniz Lara, de tradicional família itaunense. Tiveram duas filhas: Tatiana e Larissa, residentes em Bocaiúva. Tatiana casada com Cláudio Antônio Caldeira Meira são os pais de Ana Cláudia e Artur. Idalina ficou viúva em decorrência do trágico acidente de automóvel que vitimou seu marido, ainda jovem, em 1976.

Magda Lúcia Lara Rocha, nascida em Itaúna sob o teto de Arthur Vilaça, em 1943, casou-se com Antônio de Oliveira Rocha Filho. Reside em Brasília, onde é extremamente requisitada pelos seus extraordinários dotes musicais. De seu casamento nasceram três filhos: Carmem Lúcia (falecida); João Paulo Lara Rocha, nascido e residente em Brasília, é analista de sistemas; Arthur Fernando Lara Rocha, itaunense de nascimento, casado com Raquel Montenegro de Oliveira Lara Rocha, residentes em Goiás. Ele é Piloto de Caça, Major-Aviador em Anápolis, onde pilota os velocíssimos “Mirage”; pais do neto de Magda Lúcia Lara Rocha: Arthur Fernando Lara Rocha Filho.

Desde quando chegara a Itaúna, o padre José Ferreira Neto queria instituir uma entidade para o ensino de meninos carentes, a Granja Escola São José. Pediu terras a três prósperos fazendeiros: José de Cerqueira Lima, Astolfo Dornas e Arthur Contagem Vilaça. Somente este anuiu ao seu pedido, disponibilizando-lhe dois alqueires. Mas o padre precisava de cinco e o sonho foi temporariamente adiado.

Antes de falecer, Arthur Vilaça solicitou à esposa, Dorica, que honrasse o seu compromisso com o Pe. José Neto. A generosa viúva, espelhada no exemplo de vida do esposo, foi mais além: doou 13 alqueires de seu melhor terreno e parte de sua fortuna, tornando-se instituidora da Fundação Granja Escola São José. Do gesto inicial de Arthur Vilaça sobrevive hoje a Granja Escola São José, instituição modelar, que acolhe dezenas de jovens estudantes tirados da rua, transformados em homens livres, plenos de cidadania, os líderes de amanhã, na Itaúna de nossos sonhos!


FARMACÊUTICO ARTHUR CONTAGEM VILAÇA




REFERÊNCIAS:
Texto: Guaracy de Castro Nogueira (In memoriam)
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Fotografia: Adilson Nogueira
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna









sábado, 20 de maio de 2017

PADRE WALDEMAR

Lei Municipal 0774/65 - CEP: 35680-381
Denomina logradouro público: Rua Pe. Waldemar Antônio de Pádua /  Bairro Piedade



O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Denominar-se-á “Padre Waldemar Antônio de Pádua” a rua que tem seu início na Rua Antônio Martins e termina na Rua Esmeraldas, no Bairro da Piedade, em Itaúna.
Art. 2º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor, na data de sua publicação.
Mando, portanto, a todas autoridades, a quem o conhecimento desta Lei pertencer, que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém e declara.

Prefeitura Municipal de Itaúna, 06 de Dezembro de 1965
Milton de Oliveira Penido
Prefeito Municipal



HOMEM SANTO DE DEUS


PADRE WALDEMAR ANTÔNIO DE PÁDUA TEIXEIRA


Guaracy de Castro NOGUEIRA

Nasceu aos 12 de junho de 1900 em Ouro Preto. Foi batizado pelo Monsenhor Cândido Velozo, na qualidade de vigário encomendado na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, no mês de setembro seguinte. Filho de João Batista Teixeira Ruas e de D. Maria do Carmo Ruas. Foram seus padrinhos o farmacêutico Lauro Barbosa e D. Amélia Ferreira Ruas. Por ocasião da visita pastoral de D. Silvério Gomes Pimenta, Arcebispo de Mariana, na mesma matriz de Senhora do Pilar, foi crismado em novembro de 1907. 

Nessa matriz foi coroinha e sacristão. Saiu de Ouro Preto com 19 anos. Empregou-se como porteiro do Colégio Arnaldo. Em 15 de fevereiro de 1921 foi matriculado na Escola de Soldados, serviu o Exército até 1922. Pela sua Caderneta de Tiro parece-me que não era exímio atirador. Afinal esta não era sua missão...

         Acolhido carinhosamente por D. Antônio dos Santos Cabral, ingressou no Seminário, inicialmente como servidor no Palácio Arquiepiscopal, pois era pobre, tinha vocação, mas sem recursos e sem bolsa para seus estudos. Recebeu a 1ª Tonsura em 8 de dezembro de 1928; as duas primeiras ordens menores em 8 de dezembro de 1929 e as duas últimas em 6 de dezembro de 1930. Subdiácono em 8 de dezembro de 1930 e Diácono em 19 de maio de 1931. Ordenado presbítero, na Catedral de Boa Viagem, por D. Cabral, em 7 de junho de 1931.

         Começou seu ministério sacerdotal como Capelão do Noviciado da Piedade. Depois, vigário de Papagaio, Maravilhas, Pequi, Itaúna (1938 a 1942), Santo André em Belo Horizonte, Igaratinga e novamente Maravilhas. De 1951 a 1980, por 29 anos capelão da Santa Casa de Itaúna. Vigário de Santanense e vigário cooperador da paróquia de Sant´Ana, cumulativamente. Em 1966, recebeu das mãos de D. Cristiano Portela, bispo de Divinópolis, o título de Cônego Honorário da Diocese.

         Faleceu em 3 de outubro de 1986, cercado do carinho e da admiração dos itaunenses. Está sepultado no cemitério local, onde há flores e possivelmente velas acesas, qualquer dia em que seu túmulo é visitado.

Quer como coroinha na Igreja do Pilar de Ouro Preto, órfão aos sete anos de pai e mãe, carente de afeto e de carinhos humanos; quer como sacristão da mesma paróquia, quer como porteiro do Colégio Arnaldo, quer como valoroso soldado do nosso glorioso Exército, quer como serviçal humilde no palácio arquiepiscopal, quer como seminarista; a partir de 1931, finalmente, como sacerdote, vigário e capelão, desde sua ordenação, foi, para a época em que viveu, um verdadeiro PADRE, aos olhos do povo cristão e católico.

 Longe de aparecer como um simples líder eclesiástico ou líder da comunidade, um mero administrador de coisas religiosas, se projetou como enviado de Jesus Cristo para ensinar, revelando a mensagem evangélica, principalmente pelo exemplo; para santificar, distribuindo a vida de Deus; para governar, mostrando o caminho do espírito!

É do padre que parte todo o dinamismo sobrenatural da Igreja. Nosso apostolado, o apostolado dos leigos, dos fiéis encontrará o seu ponto de inserção no apostolado do padre. Toda vida exterior da Igreja deriva, principalmente, da prodigiosa e imensa fecundidade da vida interior do padre e da vida interior dos leigos, autênticos cristãos.

Ninguém, neste sentido, foi melhor apóstolo da Igreja que o nosso querido Padre Wakdemar! Ninguém melhor compreendeu e viveu o primado das forças interiores. A vida do Padre Waldemar foi toda ela uma vibração de dentro para fora, deixando exemplos, a grandeza de seu coração de padre.

Guardo com carinho o discurso que o diácono Waldemar pronunciou no dia de sua ordenação, na presença do Arcebispo Dom Cabral. Entre outras palavras disse:
“Senhor Arcebispo, devíeis hoje ordenar pelo menos doze em vez de dois, tantas são as necessidades da nossa querida pátria! Mas, confiado em Deus, hei de aumentar as vossas esperanças e farei por me multiplicar a fim de que possa minorar as deficiências e a vós rendo publicamente a minha gratidão por me terdes transformado de um humilde porteiro de uma casa religiosa e de educação em porteiro do céu, pois aqueles que conduzem as almas ao céu são os seus porteiros, porquanto estes administram os meios deixados por Jesus para ser alcançado o céu, abrindo suas portas para que os pecadores arrependidos possam  atingir o desejado fim último”.

Este o Padre Waldemar! Sempre preocupado em conquistar almas para Cristo! Sacerdote, outro Cristo! Esta verdade lembrava-lhe talvez (quem sabe?) os primeiros desenganos...as rosas, o fogo, o ardor do ideal, murchando sob os golpes do vento rijo da realidade clara, que é a vida , também a vida sacerdotal! Lembra-lhe, quiçá, a via-sacra que lhe foi dado percorrer por alguns anos em várias paróquias – à imitação do Divino Sacerdote. As viagens difíceis, a queda do cavalo, a perna quebrada, um sem número de sofrimentos, as injustiças que sofreu até de irmãos do clero, a ponto de dizer-me, certa feita, que as dores morais doíam mais do que as físicas.

O vento de sucessivos invernos que lhe fustigaram o rosto, aqui e em outras plagas, não lhe deixaram marcas, grande era o seu coração que sabia perdoar. O ideal que foi o norte de sua vida exemplar – ideal sacerdotal – o Padre Waldemar o trouxe sempre aceso, erguendo como um facho em meio aos lugares por onde andou. Foi um homem recolhido, um homem silencioso. O silêncio foi a sua linguagem, seu gênio, sua força. Neste mundo dessacralizado como o nosso, nem sempre se empregam critérios adequados para julgamento dos homens da Igreja. Cada um é cada um, com seu modo de ser.

A presença do Padre Waldemar inspirava silêncio – o silêncio fecundo das almas densas. É que sua vida era um constante orar – ora o breviário (no seu tempo, livro das rezas cotidianas do clérigo), ora o terço – um diálogo permanente com Deus. Por isto, na sua presença, sentíamo-nos perto de Deus, tanto nos dava a impressão de estar conversando com Ele.

Este o Padre Waldemar! Um varão esquivo e discreto, sóbrio na sua vida, nas suas palavras e sóbrio nas suas atitudes. Embora secular, vivia intensamente os votos dos padres regulares: obediência, pobreza e castidade. Fiel a si mesmo, cumpria obstinadamente o programa que traçou para a sua vida, indiferente aos ruídos exteriores. Era um homem da Igreja, de sua Igreja, da nossa Igreja. Para a Igreja viveu. E viveu pobremente. Todo dinheiro que chegava às suas mãos era utilizado para a formação de bolsas para seminaristas pobres.

Publicando ligeiros traços de sua vida exemplar, todos sentimos e compreendemos, cristã e profundamente, a extensão e o verdadeiro significado do sacerdócio, e entendemos a verdade traduzida na expressão: Sacerdote, outro Cristo!

Este o homem que homenageamos. Este, o padre que tanto admiramos. Vivendo hoje no mundo dos santos, afastado de todo rumor, temos certeza, vive pensando no progresso espiritual das almas, ajudando São Pedro como porteiro do céu, por onde entram todas as almas que invocam sua proteção e intermediação!




PADRE WALDEMAR ... “LEVITAVA” NA HORA DAS MISSAS

Prof. Luiz MASCARENHAS

         Fui criado na rua Silva Jardim, atrás do balcão da óptica de papai, que ficava defronte para o Banco da Lavoura – posteriormente – Banco Real. E desse tempo, guardo muitas lembranças.

         Lembro-me dele também. Na minha meninice, para mim era apenas o padre. O padre que subia a Silva Jardim; quase todos os dias e invariavelmente no mesmo horário. Muitos subiam a Silva Jardim, contudo, a figura do padre me chamava a atenção. Parecia quase uma figura mítica, estranha à paisagem cotidiana.

         Vinha ele, capengando de lado para outro, com um dos pés pisando “pra dentro” como se dizia... Vestia uma pesada batina preta (que mais tarde aprendi que se chamava “greca” -  um sobretudo ao modelo jaquetão, de botões trespassados e com dois bolsos...) e com um guarda –chuva pendente de um dos braços. A cabeça encanecida e uma barba rala por fazer.

         Muitos de meus colegas tinham medo dele. Eu não tinha medo dele. Tinha curiosidade. Meus pais sempre me diziam: “peça a benção para o padre” e eu ficava ali, fitando seus passos incertos até chegar próximo da loja. Impaciente, corria ao seu encontro e dizia todo entusiasmado: “bença padre” e logo puxava-lhe a mão para beijar. Ele dava um sorriso bonachão e dizia “Deus te abençoe! ”; vez por outra colocava a mão sobre a minha cabeça...E eu ficava encantado com aquilo.

         Sempre que o via pelas ruas, andando com dificuldade, pedia para o meu pai: “ dá carona pro padre papai...tadinho, tão velhinho...” E papai parava o carro e ele se sorria e se assentava no lado do carona e lá íamos para o Hospital. Parece-me que sempre esse era o seu destino. E eu voltava para casa todo feliz por termos ajudado o padre velhinho...

         Quando estudava na Escola Normal (Escola Estadual de Itaúna) eu o via nas tardes ensolaradas entrando na casa da dona Arthumira e do seu Moreira (sogros do Dr. Guaracy) que ficava em frente a escola.

         Na Semana Santa, papai me colocava sobre os ombros e eu ficava fitando o Pe. Waldemar indo e voltando próximo ao altar, de batina e sobrepeliz rendada...esperando a procissão do Encontro chegar na praça. Já na juventude, o visitei diversas vezes em seu quarto no Hospital aonde residia e celebrava a Missa todos os dias pela manhã na capela. Recordo-me que ele falava grosso e baixinho...custava a entender o que dizia...

         Tenho em minha memória também o dia do seu funeral (uma primeira sexta-feira do mês aonde de celebra a devoção do Sagrado Coração de Jesus), com dezenas coroas de flores pelos corredores da Matriz de Sant'Ana e os mais velhos com os olhos úmidos de lágrimas...Na época eu era acólito do bispo, Dom José da Costa Campos, que fez uma bonita pregação neste dia sobre o Bom Pastor. Neste dia, um estranho arco íris em volta do sol chamou atenção dos fiéis de Itaúna.

         Muito tempo depois, vejo o seu retrato no andar superior do Hospital “Manoel Gonçalves” – certamente- o seu último capelão oficial... Papai tem por ele grande devoção.

         Pe. Waldemar para mim foi dessas personagens que habitam as mais remotas lembranças de infância. Hoje tenho a consciência de que foi o pároco de Sant'Ana (1938 – 1943) que terminou a construção da Igreja Matriz de Sant'Ana. O padre que “levitava” na hora das missas.

Padre Waldemar



REFERÊNCIAS:
Texto1:  Guaracy de Castro Nogueira (In memoriam)
Texto 2: Prof. Luiz Mascarenhas
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Fotografia / Pe. Waldemar: Antônio Gomes
Fotografia: Charles Aquino
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna


AURÉLIO DA SILVA CAMPOS

Lei Municipal 1453/79 e 2844/94 - CEP: 35680-267
Denomina logradouro público: Rua Aurélio Campos / Centro, Piedade e Residencial Novo Horizonte.

Era  natural de Bonfim, nascido em 1º  de janeiro de 1893; tendo sido casado com Rita Augusta de Oliveira. Abastado comerciante, foi proprietário de um açougue, de uma sapataria e também de uma grande fazenda voltada para o rebanho bovino. Foi ainda caixeiro-viajante.
Na década de 30, mudou-se para o município de Itaúna, que segundo seus familiares, dois poderiam ter sido os motivos que o levaram a esta decisão — o primeiro, seria por questões políticas; o segundo, para expandir seus negócios na cidade.
Em Itaúna adquiriu uma residência em Santanense, abrindo um armazém e uma padaria. Foi acionista da Companhia de Tecidos Santanense, em cujas reuniões sempre se fazia presente, sendo um dos destacados conselheiros da empresa. No povoado de Campos, onde possuía uma fazenda, realizava o garimpo de cristais e no centro da cidade, adquiriu uma casa; situada à famosa rua Direita (hoje Av. Getúlio Vargas) em cujo local, recebia familiares e amigos, em tempos de grandes festas, principalmente religiosas.
Aurélio Campos, homem íntegro e caridoso para com os necessitados, foi confrade vicentino e católico fervoroso, atuante na comunidade. Todavia, em diversas situações, revelava o seu caráter fleumático e intempestivo; resolvia suas desavenças, “na lábia ou na bala” – dado seu irrequieto espírito de liderança.  Exemplo disso, que em certa ocasião, foi alvo de  uma emboscada no povoado de Guedes, no município de Bonfim, em cuja história não se registrou os nomes dos rixosos; todavia, havia muita bala espalhada pelo chão — não seria novidade, se o motivo fosse alguma querela política.
Na cidade de Itaúna, por ser de baixa estatura e o andar diferente dos demais, carregava consigo um apelido jocoso — Aurélio morceguinho, alcunha esta, proferida apenas entre os próprios mexeriqueiros, caso contrário, Aurélio Campos não se intimidava em usar a sua doce companheira flaubert (espingarda).
“Causos à parte ou não”, Aurélio Campos também era muito lembrando pela sua linda e pitoresca charrete. De estofado em couro preto e com um finíssimo acabamento de primeira classe, o veículo de tração animal possuía os seguintes acessórios: um guarda-sol, um porta-malas para bagagens, um cão de nome "Zeca", o qual, tinha a função de escoltar a charrete por onde fosse e o mais importante, o cavalo, cujo nome era “Queimadinho”.
 Itaúna era local de grande movimentação de tropeiros que vinham de vários locais e muitos destes, pernoitavam no grande curral que Aurélio tinha como extensão de seus negócios, cuja terras, faziam divisas com o senhor José Nogueira.
Das núpcias com dona Rita Augusta, tiveram 8 filhos: Raimunda Campos Freitas, Maria de Lourdes Campos Mendes, Padre José, Isabel da Silva Campos, Benedita Campos Pinto, Expedito da Silva Campos, Rafael Arcanjo Campos e Olivio Campos.
Aurélio da Silva Campos faleceu no ano de 1977 com 84 anos, sendo velado seu corpo na Igreja do Sagrado Coração de Jesus e enterrado ao lado da capela do cemitério do bairro Santanense.


Rita Augusta de Oliveira & Aurélio da Silva Campos
Residência Rua Direita (Av. Getúlio Vargas)


REFERÊNCIAS:
Pesquisa e Acervo: Alexandre Campos
Organização: Charles Aquino. 
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Fotografia: Charles Aquino

JOSIAS MACHADO

Lei Municipal 187/27 - CEP: 35680-046
Denomina logradouro público: Rua Josias Machado / Centro


Lei nº 187 de 29 de janeiro de 1927
Mudando o nome de algumas ruas da cidade

O Povo do município de Itaúna, por seus vereadores, decretou, e eu em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art 1º — Ficam mudados os nomes das ruas Tiradentes para Antônio de Mattos; Matriz para Manoel Gonçalves e 15 de Junho para JOSIAS MACHADO.
Art. 2º — Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencerem, que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente, como nela se contém.
Sala das Sessões da Câmara, 29 de janeiro de 1927
Dario Gonçalves de Souza — Presidente

Registrada e publicada nesta Secretária, aos 29 de janeiro de 1927
Sílvio de Mattos — Membro





Calvo, porte mediano, cabeça grande, olhos penetrantes, voz e gestos manos e paternais, alegre e grande fazedor de amigos. Foi assim que conheci o vovô Juza na minha infância.

Nascera em Santana a 30 de março de 1858 e era filho do capitão José Justino Machado e de Purcina Nogueira Duarte. Neto materno do alferes Manoel Ribeiro de Camargos. Casara-se aos 18 anos com Tereza Gonçalves Nogueira, da mesma idade, filha do tenente coronel Manoel José de Sousa Moreira. Desta união, os troncos das famílias Nogueira e Gonçalves de Itaúna se mesclaram.

Segundo ouvi dizer e se pode deduzir, o Cel. Josias Nogueira Machado, fora um irrequieto e de atividade multiforme: comerciante em alta escala, grande fazendeiro, político, músico e industrial. Vivera em constante transformação, na vanguarda das notáveis criações do século, em incansável busca de novidade e progresso.

Inteligência esclarecida e de grande intuição, nascido, criado e vivido no seu burgo, sem ter conhecido ou palmilhado longes terras. Aos 16 anos perdera o pai, que lhe deixara uma herança de seiscentos mil réis, com que montou uma casa comercial. E tudo na vida fora completo e grandioso.

Como chefe de família, criou uma prole de 12 filhos com invulgar dedicação. A todos deu educação esmerada e encaminhou na vida, legando um bom patrimônio. No comércio, com casa de atacado e varejo, onde é hoje a Siderúrgica Corradi, transfigurava, o pacato arraial de Santana num movimentado centro de abastecimento de todo o oeste mineiro. 

Na agricultura, fora pioneiro no desbravamento da terra inculta, com métodos modernos e racionais, com o emprego da máquina e do fertilizante, em choque com os processos rudimentares, então usados, de derrubada de matas e de sua queimada. Em substituição ao monjolo e ao pilão, montou em sua fazenda do Barreiro e dos Gorduras engenhos centrais de beneficiar arroz e café, os primeiros da região.

Na pecuária também o pioneiro, não só no município, mas em todo o Estado, na criação do gado selecionado e fino, zebu, suíço e holandês. Dava gosto ver o seu plantel e folhear as suas revistas especializadas nacionais e estrangeiras, onde se exibiriam os mais lindo e perfeitos exemplares bovinos, suínos, equinos, de muares e de aves, de nenhum modo inferiores aos atuais premiados nas exposições nacionais. Na sua bem tratada fazenda, possuía silos e banheira carrapaticida, novidade e luxo na época, e até hoje pouco usado no município.

Na avicultura, fora um apaixonado. A sua chácara no alto da rua Direita era um regalo de saborosos frutos; um jardim babilônico, vasto, variado e ciosamente cuidado. Tratava das suas plantas com verdadeiro carinho. E não consentia que nelas se batesse ou jogasse pedra para apenhar-lhe frutos. Colhia-os ele mesmo com instrumento apropriado para obsequiar parentes e amigos. E ao colhe-los ia desfiando para esses toda a história de cada árvore, cuja semente viera de longe ...

Na música, encheu de alegria e de acordes os salões, as festas e as noites enluaradas do arraial de Santana, com o seu conjunto musical, composto dos mais modernos instrumentos de sopro e de corda. Os seus dois filhos mais velhos, Azarias e Augusta, foram compositores e exímios pianistas. Como professor de seus filhos, trouxera para sua casa o maestro Flores, do Conservatório de Música de Belo Horizonte. Pode-se, pois, dizer que em sua casa “outrora retumbaram hinos”...

Na indústria, criara no município o laticínio. Fora gerente da Companhia de Tecidos Santanense e um dos maiores acionistas fundadores da Companhia Industrial Itaunense. Fora o precursor na exportação do minério de ferro e na implantação em Itaúna da indústria siderúrgica. Para consecução de seu sonho, adquirira as jazidas dos Três Irmãos, no município de Brumadinho, as do Saraiva e do Candu, arrendadas atualmente ao grupo de Jafet, no Feixo do Funil, e as da Serra do Itatiaia, em Itatiaiuçu. A Grande Guerra de 1914 fizera com que os seus planos malograssem.

O seu ideal, entretanto, foi mais tarde realizado pela família Corradi, de descendência italiana. E de tal modo o empreendimento contagiou os filhos da terra, que hoje Itaúna já se pode considerar um centro siderúrgico, com mais de 100 toneladas diárias de ferro gusa.

Afinal de contas, Dr. Ovídeo, Dr. Lincoln, Mozart, Ronan, Dr. Fazardo, Dr. Wagner, Anatole, Dr. Tito, Bibiu e Ossian, não furtaram de ninguém o seu pendor siderúrgico. Herdaram-no legitimamente, porque filho de peixe não pode ser senão peixinho.

Na política, o Cel. Josias fora o fundador do Clube Republicano de abril, por ocasião da campanha republicana de Silva Jardim, Quintino Bocaiúva e Rui Barbosa. Fora um dos construtores do município e um dos batalhadores pela sua emancipação administrativa, sendo vice-presidente da sua Câmara Municipal, honesto, prestativo e bondoso, dispunha de imenso prestígio em toda região. 

Certa vez graçando a peste e a fome em certo povoado vizinho, e tendo de por ali passar com uma boiada, recomendou ao seu capataz que nas suas proximidades quebrasse de propósito as pernas de umas 3 rezes e, alegando apenas um acidente, as abatesse em seguida e distribuísse a carne ao seu povo. E que ninguém ficasse sabendo da verdade. Como bom samaritano, era modesto, simples, despretensioso.

Nunca se vangloriou ou se valeu do seu prestígio, chegando a ponto de um seu amigo e parente observar:
— Você é boi, primo Juza, ... é boi ..., dizia-lhe o major Senócrit, no tempo das suas bebedeiras. E diante do espanto do outro completava: — Não sabe a força que tem ...
Josias Nogueira Machado falecera a 22 de dezembro d 1923. Nos seus funerais, dos mais concorridos de Itaúna, a banda de música local acompanhou o seu féretro do alto da rua Direita até a sua última morada, tocando, numa voz de choro, uma dorida marcha fúnebre, mais triste ainda do que comumente executadas na procissão do encontro, nas comemorações da Semana Santa.

Quiseram, assim, os seus amigos, expressando os seus sentimentos, que a sua sula alma — boa, paciente, caridosa e artística fosse para o céu embalada ao som de música, de que em vida tanto gostava.   




História de Itaúna




REFERÊNCIAS:
Texto: Mário Soares
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Fonte: Revista Acaiaca nº 56, org. Celso Brant,1952, p.72,73,74.
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Lei Municipal de Itaúna nº 187, p.215
Colaboradora: Viviane Nogueira Mello