sábado, 11 de janeiro de 2020

ANTÔNIO DE MATOS

Lei Municipal 187— CEP: 35681-030
Denomina logradouro público: Rua Antônio de matos / Centro - Itaúna/MG


ANTÔNIO PEREIRA DE MATTOS

Primogênito, nasceu em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro em 10/08/1858, casando-se com Maria de Gonçalves de Sousa (após o casamento passou a se chamar Maria Gonçalves de Souza Mattos) nascida em 31/5/1871 e falecida em 10/06/1940 no município de Itaúna.
Antônio Pereira de Mattos, “herdou as qualidades paternas de inteligência, simpatia, criatividade, extroversão e dedicou-se, no início de sua vida adulta, à atividade comercial como representante de diversas firmas atacadistas da cidade do Rio de Janeiro” (SOUZA, p.102).
“Nesta qualidade, como cometa, com a sua tropa, viajava constantemente pela região central de Minas Gerais” (SOUZA, p.102). “Nestas suas permanentes andanças, na década de 1880, não raro pousava no antigo distrito de Sant’Ana de São João Acima (Itaúna), que rapidamente se transformara em importante empório comercial, no limiar da região Oeste de Minas Gerais” (SOUZA, p.103).
“Em uma de suas pousadas em Sant’Anna do São João Acima, veio a conhecer e se enamorar da senhorita Maria Gonçalves de Sousa, mais conhecida por Neca — a mais bonita, segundo cronistas coevos” das filhas de Manoel José de Souza Moreira e Ana Joaquina Jesus (SOUZA, p.103).
Aos 23 dias do mês de outubro do ano de 1891 em sua casa situada à rua Direita, no arraial de São João Acima (Itaúna), assinou a “Ata da Assembleia Geral de Instalação da Companhia de Tecidos Santanense”, tomou posse como 2º secretário, sendo um dos acionistas fundadores da empresa. (ESTADO DE MINAS, p.8).


TEATRO MELPÔMENE EM DORES

Antônio Pereira de Mattos tinha a visão e o talento natural para empreender. Ao final do século XIX junto com sua família e irmãos, “instalou-se no município de Dores do Indaiá, sendo o homem que tornou possível o plano de construir um teatro naquele município próspero” (BARBOSA, p.84).
Em 1904, surgiu a Sociedade Anônima Melpômene, que se dispunha a construir o Teatro Melpômene. No dia 15 de julho de 1904 verificou-se a solenidade de instalação da sociedade.
 O incorporador, Antônio Pereira de Mattos, “organizou a sociedade com o capital de $ 5.000,00 (cinco mil contos de reis) divididos em 250 ações de $ 20,00 (vinte réis) cada uma. Vários foram os subscritores, entre eles a família Mattos estava presente em grande número: Antônio Pereira de Mattos, Arthur Pereira de Mattos, Arthur Pereira Mattos Júnior, Ladislau Gonçalves de Mattos e Sílvio de Mattos (BARBOSA, p.85).
“O teatro foi erguido na rua principal, hoje Avenida Francisco Campos, esquina com rua Rio de Janeiro; era construção magnífica para a época. O palco era bastante espaçoso; na parte de baixo, muito espaçosa, estavam os camarins; nos fundos (a construção tomou todo o quarteirão da rua Rio de Janeiro) foi erguida uma casinha para café dos artistas, nas horas de intervalo“ (BARBOSA, p.85).
“Do Teatro Melpômene se poderia dizer: aqui outrora retumbaram hinos! Ali, uma equipe de amadores deleitava a população com suas comédias, suas farsas e seus dramalhões” (BARBOSA, p.85).


INDAIÁ PARA SANT’ANA

Antônio Pereira de Mattos, “que então residia em Dores do Indaiá, fixou residência em Sant’Ana, quando o antigo arraial iniciava a arrancada decisiva para sua emancipação política” (SOUZA, p.103).
Totalmente radicado em terras barranqueiras, o Cel. Mattos continuou a empreender no município. Em 1º de maio do ano de 1911 participa da fundação da Companhia Industrial Itaunense, tomando posse como Diretor–secretário e sendo um dos acionistas fundadores da empresa. No ano seguinte em 1º de junho de 1912 deu início a vida política, ao eleger-se Presidente da Câmara e Agente Executivo, tornando-se o segundo prefeito municipal do município de Itaúna (SOUZA, p.103).
Em sua gestão como chefe do executivo itaunense, construiu “a primeira Cooperativa Agrícola de Laticínio, tendo o seu estatuto social aprovado em 30 de novembro de 1912, pelo Decreto Estadual nº 3.762” (SOUZA, p.103).
Prestou relevantes serviços à comunidade: “o da abertura de novas ruas, o da ampliação do abastecimento de água potável à sede e aos distritos, o da construção do matadouro, assim como o da construção de novas pontes” (ACAIACA, p.96). 
Antônio Pereira de Mattos chefiou o município de Itaúna após sua emancipação política no período de 01/06/1912 a 31/12/1915 (SOUZA, p.606).
No dia 27 de fevereiro de 1926 veio a falecer em Itaúna deixando viúva, filhos, amigos e admiradores, “apesar de esperado esse desenlace — tanto se agravara nos últimos dias o estado de saúde do coronel Mattos e em nada se atenuou a rudeza do golpe desferido no seio da distinta sociedade” (PHAROL, p.4).
Grande legado deixou o Coronel Mattos, “era um espírito dinâmico incompatível com a modorra dos centros rotineiros. Por onde passava, agitava as atividades e encaminhava-as no sentido de realizar alguma coisa em prol do progresso” (PHAROL, p.4) — tanto no empreendedorismo empresarial quanto no empreendedorismo social.


Antônio Pereira de Mattos e Maria de Gonçalves de Sousa teve os seguintes filhos:
F1N1. Clotildes Mattos
F1N4. Olga Mattos
F1N5.Alzira de Mattos Gonçalves
F1N3.Antônio Gonçalves de Mattos
F1N6. Rossini Gonçalves Mattos











Referências:

SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. ITAÚNA: sua trajetória política, social, religiosa, econômica e cultural, desde a criação do Arraial de Santana do São João Acima, em 14 de outubro de 1765, até a data do centenário de instalação do município: 1765-2002. BH: Santa Clara, 2002.

Revista Acaiaca nº 56, org. Celso Brant,1952

BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dores do Indaiá do passado. Belo Horizonte: s.ed. 1964