Lei Municipal 187— CEP: 35681-030
Denomina logradouro público: Rua Antônio de matos / Centro - Itaúna/MG
ANTÔNIO PEREIRA DE MATTOS
Primogênito, nasceu em Campos dos Goytacazes,
Rio de Janeiro em 10/08/1858, casando-se com Maria de Gonçalves de Sousa (após o
casamento passou a se chamar Maria Gonçalves de Souza Mattos) nascida em
31/5/1871 e falecida em 10/06/1940 no município de Itaúna.
Antônio Pereira de Mattos, “herdou as
qualidades paternas de inteligência, simpatia, criatividade, extroversão e
dedicou-se, no início de sua vida adulta, à atividade comercial como
representante de diversas firmas atacadistas da cidade do Rio de Janeiro”
(SOUZA, p.102).
“Nesta qualidade, como cometa, com a sua
tropa, viajava constantemente pela região central de Minas Gerais” (SOUZA,
p.102). “Nestas suas permanentes andanças, na década de 1880, não raro pousava
no antigo distrito de Sant’Ana de São João Acima (Itaúna), que rapidamente se
transformara em importante empório comercial, no limiar da região Oeste de
Minas Gerais” (SOUZA, p.103).
“Em uma de suas pousadas em Sant’Anna do São
João Acima, veio a conhecer e se enamorar da senhorita Maria Gonçalves de
Sousa, mais conhecida por Neca — a mais bonita, segundo cronistas coevos” das
filhas de Manoel José de Souza Moreira e Ana Joaquina Jesus (SOUZA, p.103).
Aos 23 dias do mês de outubro do ano de 1891
em sua casa situada à rua Direita, no arraial de São João Acima (Itaúna),
assinou a “Ata da Assembleia Geral de Instalação da Companhia de Tecidos
Santanense”, tomou posse como 2º secretário, sendo um dos acionistas
fundadores da empresa. (ESTADO DE MINAS, p.8).
TEATRO MELPÔMENE EM DORES
Antônio Pereira de Mattos tinha a visão e o
talento natural para empreender. Ao final do século XIX junto com sua família e
irmãos, “instalou-se no município de Dores do Indaiá, sendo o homem que tornou
possível o plano de construir um teatro naquele município próspero” (BARBOSA,
p.84).
Em 1904, surgiu a Sociedade Anônima
Melpômene, que se dispunha a construir o Teatro Melpômene. No dia 15 de julho
de 1904 verificou-se a solenidade de instalação da sociedade.
O incorporador, Antônio Pereira de Mattos,
“organizou a sociedade com o capital de $ 5.000,00 (cinco mil contos de reis)
divididos em 250 ações de $ 20,00 (vinte réis) cada uma. Vários foram os
subscritores, entre eles a família Mattos estava presente em grande número:
Antônio Pereira de Mattos, Arthur Pereira de Mattos, Arthur Pereira Mattos
Júnior, Ladislau Gonçalves de Mattos e Sílvio de Mattos (BARBOSA, p.85).
“O teatro foi erguido na rua principal, hoje
Avenida Francisco Campos, esquina com rua Rio de Janeiro; era construção
magnífica para a época. O palco era bastante espaçoso; na parte de baixo, muito
espaçosa, estavam os camarins; nos fundos (a construção tomou todo o quarteirão
da rua Rio de Janeiro) foi erguida uma casinha para café dos artistas, nas
horas de intervalo“ (BARBOSA, p.85).
“Do Teatro Melpômene se poderia dizer: aqui
outrora retumbaram hinos! Ali, uma equipe de amadores deleitava a população
com suas comédias, suas farsas e seus dramalhões” (BARBOSA, p.85).
INDAIÁ PARA SANT’ANA
Antônio Pereira de Mattos, “que então residia
em Dores do Indaiá, fixou residência em Sant’Ana, quando o antigo arraial
iniciava a arrancada decisiva para sua emancipação política” (SOUZA, p.103).
Totalmente radicado em terras barranqueiras,
o Cel. Mattos continuou a empreender no município. Em 1º de maio do ano de 1911
participa da fundação da Companhia Industrial Itaunense, tomando posse como
Diretor–secretário e sendo um dos
acionistas fundadores da empresa. No ano seguinte em 1º de junho de 1912 deu
início a vida política, ao eleger-se Presidente da Câmara e Agente Executivo, tornando-se
o segundo prefeito municipal do município de Itaúna (SOUZA, p.103).
Em sua gestão como chefe do executivo itaunense,
construiu “a primeira Cooperativa Agrícola de Laticínio, tendo o seu estatuto
social aprovado em 30 de novembro de 1912, pelo Decreto Estadual nº 3.762” (SOUZA,
p.103).
Prestou relevantes serviços à comunidade: “o da abertura de novas ruas,
o da ampliação do abastecimento de água potável à sede e aos distritos, o da
construção do matadouro, assim como o da construção de novas pontes” (ACAIACA,
p.96).
Antônio Pereira de Mattos chefiou o município
de Itaúna após sua emancipação política no período de 01/06/1912 a 31/12/1915 (SOUZA,
p.606).
No dia 27 de fevereiro de 1926 veio a falecer
em Itaúna deixando viúva, filhos, amigos e admiradores, “apesar de esperado
esse desenlace — tanto se agravara nos últimos dias o estado de saúde do
coronel Mattos e em nada se atenuou a rudeza do golpe desferido no seio da
distinta sociedade” (PHAROL, p.4).
Grande legado deixou o Coronel Mattos, “era
um espírito dinâmico incompatível com a modorra dos centros rotineiros. Por onde
passava, agitava as atividades e encaminhava-as no sentido de realizar alguma
coisa em prol do progresso” (PHAROL, p.4) — tanto no empreendedorismo
empresarial quanto no empreendedorismo social.
Antônio Pereira de Mattos e Maria de Gonçalves de Sousa teve os seguintes
filhos:
F1N1. Clotildes
Mattos
|
F1N4. Olga
Mattos
|
F1N5.Alzira
de Mattos Gonçalves
|
|
F1N3.Antônio
Gonçalves de Mattos
|
F1N6. Rossini
Gonçalves Mattos
|
Referências:
SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. ITAÚNA: sua trajetória política, social, religiosa, econômica e cultural, desde a criação do Arraial de Santana do São João Acima, em 14 de outubro de 1765, até a data do centenário de instalação do município: 1765-2002. BH: Santa Clara, 2002.
Revista Acaiaca nº 56, org. Celso Brant,1952
BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dores do Indaiá do passado. Belo Horizonte: s.ed. 1964
0 comentários:
Postar um comentário