Mostrando postagens com marcador Professor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Professor. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

ANTÔNIO AUGUSTO DE LIMA COUTINHO

Lei Municipal 1631/82 — CEP: 35681-750
Denomina logradouro público:
Distrito Industrial Antônio Augusto de Lima Coutinho
Fazendinha (Rod. MG-050)

Projeto de Lei nº 07/82 da denominação ao Distrito Industrial de Itaúna.
O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei Municipal nº 1631/82.
Art. 1º — Denominar-se-á Antônio Augusto de Lima Coutinho, Distrito Industrial de Itaúna.
Art. 2º — Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Itaúna em 11 de agosto de 1982
Antônio Augusto Fonseca — Vereador


Nomeio relatora a nobre Vereador Elsa Alves Nogueira.
Sala das Sessões, em 13 de setembro de 1982.
Joaquim Antônio Diniz — Presidente da Comissão de Justiça e Redação

O presente projeto de Lei foi elaborado de acordo com as normas legais e é de competência deste legislativo a sua apreciação.
Elza Alves Nogueira — Relatora
Joaquim Alves Nogueira — Presidente da Comissão
Pedro Alberto — Membro

Nomeio relator o nobre Vereador João Viana da Fonseca.
Elza Alves Nogueira — Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento.

Sala das Sessões 20/09/1982

A homenagem que se pretende prestar ao Dr. Antônio Augusto de Lima Coutinho é das mais meritórias. O homenageado era um idealista, sempre propugnando pelas causas que engradeceram Itaúna. Foi Prefeito Municipal, trabalhando pela cidade. Somos pela aprovação do presente projeto de Lei. Sala das Sessões 20/09/1982.

João Viana da Fonseca — Relator
Nelson Bernardes Alves — Membro
Elza Alves Nogueira — Presidente da Comissão
Aprovado em 1ª discussão 28/09/1982
Aprovado em 2ª discussão 28/09/1982

A Comissão de Justiça e Redação é pela aprovação do presente projeto de Lei com a redação original. Sala das sessões, em 30/09/1982.

Joaquim Antônio Diniz — Presidente da Comissão
Elza Alves Nogueira — Secretária
Pedro Alberto — Membro
Aprovado em 3ª discussão 30/09/1982





Dr. ANTÔNIO AUGUSTO DE LIMA COUTINHO
"Humanista, grande médico, homem honrado e caridoso"
 

Dr. COUTINHO, tratado na família como "NICO", nasceu em Ouro Preto no dia 12 de abril de 1898, filho de Pedro Artur de Souza Coutinho e Felicíssima Ricardina Coutinho. Seus avós paternos, Cel. João Batista de Souza Coutinho e dona Francisca de Assis de Azeredo de Sousa Coutinho eram originários de Barão de Cocais.

Seu avô materno Antônio Augusto Pereira Lima, nasceu na Fazenda do Marzagão, em Itabira do Campo (Itabirito), também terra natal de sua avó, dona Anna Josephina França. No ano de 1907, Pedro Artur (Doca), que era funcionário público, transferiu-se com a família para Belo Horizonte, onde o menino Antônio Augusto (nome em homenagem ao avô materno) prosseguiu seus estudos no curso primário com a professora particular Ana Cintra, renomada educadora mineira, sua amiga, enquanto ela viveu, pela troca de correspondência mantida ao longo de muitos anos.

Sempre aplicado e compenetrado, criado em ambiente de alta religiosidade, foi um jovem temente a Deus. No curso secundário, estudou no Colégio D. Viçoso. Com a mudança do Colégio Azevedo para a capital, do velho mestre, seu amigo Caetano de Azeredo Coutinho, terminou seus estudos, os quais lhe permitiram aspirar uma carreira de nível superior e concretizar seus sonhos de juventude. Estudioso, desde cedo aplicou-se no conhecimento do francês, que lhe era familiar. Não saía das bibliotecas onde os melhores livros didáticos estavam escritos nessa língua.

Submeteu-se ao exame de admissão na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em 1916, onde ingressou, vindo a ser, nos primeiros anos, preparador da Cadeira de Anatomia. No terceiro ano, trabalhou como interno no Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de Misericórdia. Ao término do quarto ano, transferiu-se para a Faculdade da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, como interno no Serviço de Ginecologia, oportunidade em que escreveu um sério trabalho, denominado "Prenhez Ectópica (Tubária).

Formou-se em 1922. Logo foi convidado pelo seu antigo chefe na Faculdade, professor Augusto Brandão, para clinicar na cidade de Campinas (SP), mas recusou o convite, porque esteve em Belo Horizonte, em visita aos seus pais e recebeu de seu tio Agripino Augusto Pereira Lima um convite para trabalhar em Itaúna, onde chegou no dia 18 de janeiro de 1923.

A Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira, inaugurada em 19 de março de 1921, dez dias depois, perdeu seu provedor, Dr. Augusto Gonçalves, vítima de um derrame cerebral, vindo a falecer 20 de maio de 1924.  Dr. COUTINHO ficou morando na casa de seu tio, farmacêutico Agripino Lima. Este o levou a conhecer o renomado médico Dr. Dorinato de Oliveira Lima, que o convidou para ser seu auxiliar, como cirurgião.

Optando pela ginecologia, Dorinato lhe disse não ser inclinado para tal especialidade, pediu-lhe então que examinasse pacientes na enfermaria de mulheres. Paradoxal, Dorinato obteve em Paris seu diploma de pós-graduação justamente em ginecologia e obstetrícia. Dr. COUTINHO, com os recursos disponíveis - dedo, vista e ouvido - examinou algumas e, por um capricho do destino, constatou prenhez tubária em uma delas.

Dorinato espantou-se porque tratava-se de um diagnóstico difícil. Dr. COUTINHO, assumindo o caso, utilizou pela primeira vez em Minas Gerais, a Raquianestesia, injetando no canal medular uma ampola de Percaine, que trouxera do Rio, obtendo êxito completo no tratamento da paciente.

A partir de então, Dr. COUTINHO ganhou a confiança de Dorinato que lhe entregou todos os casos de ginecologia do Hospital. Dorinato, seduzido pela política se transferiu para Belo Horizonte e, como é do conhecimento geral, Dr. COUTINHO, além de clínico geral, assumiu a chefia do setor cirúrgico da Santa Casa.

Fez da Medicina um sacerdócio, dando combate sem quartel à doença, sua inimiga de todas as horas. Perseguia-a onde estivesse, tanto na fazenda como na cidade. Ia ao encalço dela pelas estradas da roça, montado em cavalo ou burro. E as cirurgias sucediam-se, uma atrás da outra, quando para a Santa Casa afluíam doentes de Divinópolis, Cajuru, Pará de Minas, Cláudio, Mateus Leme, Itaguara, Itatiaiuçu, Bonfim e muitos outros lugares.

Em 1931, o jovem João Guimarães Rosa, formado em Medicina, foi residir em Conquista, hoje município de Itaguara, e tornou-se frequentador da Santa Casa de Itaúna e da residência do Dr. COUTINHO. Tornaram-se grandes amigos. Dr. COUTINHO fez o parto de sua filha Vilma. Publicou em 1932 o livro "A Messe de um Decênio", em que relatou passagens dos 10 anos iniciais de sua atividade profissional, leitura que se recomenda a todos que desejarem conhecer o homem e médico que foi.

 Casou-se, em 15 de setembro de 1924, com NAIR CHAVES, de rara beleza, "Miss Itaúna", de tradicionais famílias, descendente dos fundadores do município, distinguida na época com uma serenata de "Catulo da Paixão Cearense", em visita à cidade.

O casal teve dez filhos, sendo que uma menina, primogênita, AUXILIADORA, morreu criança, aos quatro anos. Os outros são: HELÊNIO ENÉAS, falecido, médico, ex-membro da Academia Brasileira de Medicina; RÔMULO AUGUSTO, falecido, foi Secretário de Segurança do Estado de Minas Gerais; JUAREZ CARLOS, falecido, farmacêutico prático; EVANDRO ALBERTO, agrônomo; MARCO ELÍSIO, professor universitário; JAIRO CÉLIO, ex-gerente da extinta Caixa Econômica Estadual, MARIA ÂNGELA, casada com Achilles Ferreira, aposentado, ex-gerente do extinto Banco da Lavoura e do extinto Banco Real; ÂNGELA MARIA, formada na Universidade de Itaúna e HELDER MAGNUS, falecido, era alto funcionário da CEMIG. Todos se casaram.

Foi professor de francês e psicologia educacional na Escola Normal Oficial de Itaúna, onde sua esposa foi excelente Diretora. No período em que a Escola foi desoficializada, por sete anos, ele e Dª NAIR, como vários outros dedicados professores, lecionaram suas matérias sem remuneração alguma.

Sua primeira participação na vida pública de Itaúna foi na vitoriosa Revolução de 1930, dela um dos vigorosos propagandistas e defensores, ao lado de outros idealistas, como Artur Vilaça, Dr. Hely Nogueira e José Augusto dos Santos (Juca do Bá). Lutaram na Aliança Liberal, liderada por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, contra o governo central da República Velha e outros 17 Estados da Federação.

Foi nomeado e participou do primeiro Conselho Consultivo, em substituição à extinta Câmara Municipal. Líder integralista, ao lado do Monsenhor Hilton Gonçalves de Souza, acreditou nos ideais de Plínio Salgado. Foi Prefeito no período de 14 de dezembro de 1947 a 31 de janeiro de 1951, o primeiro após a reconstitucionalização do país com a queda de Getúlio Vargas.

Trabalhou, incessantemente, em favor do desenvolvimento harmônico e global do município. No cargo, deu atenção especial aos problemas vinculados à área de saneamento básico. O abastecimento de água, a extensão da rede de esgotos, os combates às moléstias endêmicas, como a malária, mereceram investimentos prioritários em seu mandato.

Trouxe a Itaúna o famoso professor CARVALHO LOPES, que entrevistei para a Folha do Oeste, e nos deu água de primeira qualidade, por alguns anos, com os poços subterrâneos. Deu atenção especial à educação, eis que foi, em vida, autêntico educador. Dedicou-se também à tarefa de melhorar as condições de vida, na área rural, destacando-se seu empenho na construção de estradas vicinais.

Ocorreu em seu mandato, logo no início, uma das maiores enchentes do rio São João, que passou à história como a "enchente do Dr. Coutinho". O município entrou em estado de calamidade pública. A tragédia deu frutos: elaborou-se o melhor Plano Diretor já feito para a cidade, lamentavelmente não executado pelo seu sucessor, por falta de recursos, e projetou-se a construção da Barragem do Benfica, resultados de sua atuação junto aos Governos estadual de Milton Campos, onde seu compadre Pedro Aleixo era Secretário do Interior, e federal de Gaspar Dutra, de onde trouxe técnicos para estudar e viabilizar a solução dos problemas, como o Dr. Camilo Menezes, Diretor Geral do Departamento Nacional de Obras e Saneamento.

Nas negociações, envolveu a Companhia Industrial Itaunense, que se responsabilizou pelo levantamento topográfico da bacia, e, afinal, em sociedade com a Companhia Tecidos Santanense construíram, de 1954 a 1958, a importante e vital obra para Itaúna, a Barragem do Benfica.

Juntamente com o prefeito Lincoln Nogueira Machado, Artur Vilaça e outros, o Dr. COUTINHO tudo fez para trazer para Itaúna uma indústria de grande porte, a Companhia Nacional de Ferro Puro - CNFP, que seria instalada onde é hoje o Bairro Padre Eustáquio. Uma enorme empresa, organizada em São Paulo, com o capital de 16 mil contos de réis. Lançou-se a pedra fundamental da iniciativa com as bênçãos do virtuoso Padre Eustáquio Van Lieshout.

A ideia não vingou, mas ficou, para sempre, conosco o nome do santo sacerdote que ganhou, merecidamente, o título, dado pela nossa Câmara Municipal, de "Cidadão Honorário". Seu nome enobrece o Distrito Industrial da Fazendinha.

Nasceu para servir, foi um dos fundadores do Rotary de Itaúna e seu Presidente. Foi bom para Itaúna, para sua família, e, especialmente para a sua legião de clientes, alunos e amigos. Grande orador, altíssimo nível cultural, jamais saiu de sua terra de adoção. Esposo e pai, construiu edificante lar. Romântico, idealista, sempre digno e ético, jamais foi um Sancho Pança e muitas vezes foi um D. Quixote, deixou marcas profundas na história do município e um grande número de descendentes, herdeiros dos exemplos e das nobres qualidades maternas e paternas.

Faleceu aos 84 anos, aos 10 dias do mês de Junho de 1982, às 7:30 horas de uma manhã ensolarada, no dia de Corpus Christi, data santa tão vinculada ao grande morto, autêntico cristão. Continua vivo na memória dos legítimos Itaunenses.




REFERÊNCIAS:
Organização: Charles Aquino
Texto Biográfico: Guaracy de Castro Nogueira
Acervo: Professor Marco Elísio
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira – ICMC
Acervo: Shorpy
Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira
Correios CEP


domingo, 17 de dezembro de 2017

PROFESSOR EXPEDITO CAMPOS

Projeto de Lei 166/2017 - CEP: 35680-000
Denomina logradouro público: Avenida Professor Expedito Campos / Bairro Olímpio Moreira

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu Prefeito Municipal, em seu nome, sanciono a seguinte Lei.

Art. 1º Denominar-se-á “Avenida Professor Expedito Campos” o logradouro público (Avenida 01), no bairro Olímpio Moreira, que tem seu início na avenida São João, passando pelas quadras 06 e 13, Área Verde III e quadra 05, tendo seu termino na Rua Tonico Alegre, nesta cidade de Itaúna – MG.

Art. 2º A prefeitura Municipal de Itaúna providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a comunicação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e à Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG.

Art. 3º As despesas decorrentes desta Lei ocorrerão por conta de dotações próprias do orçamento vigente do Executivo Municipal.

Art. 4º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Justificativa

Expedito da Silva Campos, natural de Bonfim, é filho de Aurélio Campos e Rita Augusta de Oliveira. Sua família veio para Itaúna, indo residir no bairro Santanense, na década de 30, onde o pai foi comerciante e acionista da fábrica de Tecidos Santanense. Em 1946, com 13 anos, Expedito decide se matricular no Seminário do Caraça, onde estudou até 1951, obtendo o título do Curso de Humanidades.

Em 1952, muda-se para Niterói, Rio de Janeiro, para estudar Filosofia no Seminário São Vicente de Paula. Já em 1955, volta a Minas Gerais, indo morar na cidade de Santos Dumont, onde serve ao Exército Brasileiro, chegando a patente de 2° Tenente.

 No ano de 1956, casa-se com Thereza Juliano Boza Campos, com quem tem quatro filhos, Tereza Amália Campos, Myriam Christina de Campos Ramos, Aurélio Augusto da Silva Campos e Saulo José Américo da Silva Campos. Neste período desenvolveu sua vocação de professor e político, trabalhando em escolas da região e ocupando o cargo de Diretor da Escola Estadual Presidente João Pinheiro até 1968, paralelo a isso, foi assessor do então Deputado Wilson Modesto (PTB) e Diretor do antigo armazém social do Governo do Estado de Mina Gerais, SAPS. Graduou-se em Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora em 1965.

Com o endurecimento da Ditadura Militar e a consequente perseguição política, Expedito Campos é afastado dos cargos que ocupa, assim, em 1969 retorna a cidade de Itaúna, indo lecionar no Colégio Santana, a disciplina de Direito Usual, e na Universidade de Itaúna, onde foi titular das disciplinas de Estudo dos Problemas Brasileiros, Sociologia e Teoria Geral do Estado. Em razão do reconhecimento obtido como profissional, ocupou na Universidade vários cargos administrativos, durante muitos anos, sendo os principais deles o de Membro do Conselho Universitário e Diretor Executivo, hoje cargo correspondente ao de Pró-reitor.

Além do reconhecido trabalho profissional, Professor Expedito ou Dr. Expedito, como era conhecido, realizou um grande trabalho religioso e social em Itaúna, pois atuou com destaque no Rotary Club local, foi Assessor Jurídico da Apac Itaunense por mais de 15 anos, Ministro da Palavra na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, sendo responsável pelos sermões da Semana Santa ao lado de outro eminente itaunense, Monsenhor Hilton. Além de membro de diversas pastorais, trabalhou como Advogado por vários anos, atendendo, solidariamente, aqueles que mais precisavam.

Dr. Expedito Campos teve grande participação político-social no município, principalmente na região do bairro Santanense, pois reivindicou inúmeras melhorias locais, é muito lembrado e admirado por moradores daquela localidade. Um cidadão destacado, daqueles que vieram para fazer diferença na vida de muitas pessoas, foi importante para Itaúna, foi importante para muitos itaunenses e é merecedor desta singela homenagem que buscamos fazer a este grande homem.


Sala das Sessões, 14 de novembro de 2017
__________________________ __________________________

Alexandre Campos — Vereador PMDB / Itaúna-MG

Antônio de Miranda Silva — Vereador PHS /Itaúna-MG


       Expedito da Silva Campos



REFERÊNCIAS:
Pesquisa e acervo: Alexandre Campos
Organização e montagem: Charles Aquino
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna