quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

ZÉ DA RAMIRA

Projeto de Lei Municipal 0069/2013— CEP: 35681-568
Denomina logradouro público: Rua Zé da Ramira / Bairro Garcias
  
O povo do Município de Itaúna, Estado de Minas Gerais, por seus representantes legais na Câmara Municipal, aprovou e eu Prefeito Municipal, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica denominado Rua Zé da Ramira o logradouro público (Rua 06) localizado no Recanto das Peixotas / Bairro Garcias, zona 10, setor 03, que tem seu início na Av. Dr. Virgílio Gonçalves de Souza, passa pela área remanescente de Cláudio Marcelo Gonçalves de Souza, Quadra 42, Rua 01, Quadra 43, Rua 02, Quadra 44, Rua 04 e termina na área remanescente da Quadra 46, nesta cidade de Itaúna – MG.

Art. 2º Caberá ao Poder Executivo confeccionar placas indicativas com a denominação da rua para serem afixadas em pontos estratégicos da citada via pública, bem como dar ampla publicidade, comunicando e enviando cópias da presente Lei aos Correios, Cemig, Saae, Operadoras de Telefonia Fixa e Móvel, meios de comunicação locais e a quem mais possa interessar.

Art. 3º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta das dotações próprias previstas no Orçamento Anual do Executivo Municipal.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, em 06 de Agosto de 2013.

Gilberto Emanuel Silva

Vereador

JUSTIFICATIVA

José Gonçalves de Araújo nasceu em Serra Azul, município de Mateus Leme – MG, na fazenda de seu pai Gerson Alves de Araújo e sua mãe Ramira Gonçalves de Araújo, esta da família dos Gonçalves de Souza de Itaúna, e de quem irá pegar emprestado o pré-nome que ficará conhecido por toda a vida: “Zé da Ramira”.
Foi fazendeiro, comerciante na construção de Brasília, mas foi como dono de restaurante que ficou conhecido na cidade. Foi proprietário do Bar Azul (na praça da Matriz), do Bar do Automóvel Clube, do Tropicália, do Escondidinho (Banco Santander), dentre outros.
No carnaval de 2012, foi homenageado pela Banda Esplendor e Glória em vida como “O último dos Boêmios”.
Conto com o apoio dos colegas para a aprovação da presente proposição. Itaúna, 06 de agosto de 2013.

Gilberto Emanuel Silva

Vereador


DADOS BIOGRÁFICOS

Nome: José Gonçalves de Araújo

Naturalidade: Mateus Leme - MG

Data de nascimento: 1923

Data de Falecimento: 24 de novembro de 2012

Filiação: Gerson Alve de Araújo e Ramira Gonçalves de Araújo

Esposa: Violeta Guimarães de Araújo

Filhos: Vívian e Vilma


COMISSÃO DE JUSTIÇA E REDAÇÃO RELATÓRIO


Tendo esta Comissão, recebido na data de 07 de agosto de 2013, por parte da Secretaria Legislativa da Câmara Municipal, a remessa do Projeto de Lei nº 69/2013, que Denomina Logradouro Público Rua Zé Da Ramira, e tendo sido nomeado para relatar sobre a matéria em apreço, passo a expor o seguinte esclarecimento:
·         O referido projeto denomina logradouro Público visando homenagear um ilustre cidadão itaunense.
·         Diante do exposto, passo a emissão do meu voto.

VOTO DO RELATOR

Este relator entende que o supramencionado Projeto de Lei, encontra-se dentro da correta Técnica Legislativa, portanto sou pela apreciação da presente proposição pelo Plenário.
Sala das Comissões, 08 de agosto de 2013.

Gleison Fernandes de Faria

Presidente
Ante a análise do parecer exarado pelo Presidente da Comissão, acatamos o voto do relator.

Hudson Rodrigues Bernardes                    Nilzon Borges Ferreira

Membro                                                        Membro






BIOGRAFIA
Bar Azul (esquerda) /  Bar Zé da Ramira (direita)



Bar Azul
Velhos tempos de um Bar Azul
...”Ao longo do tempo, "Bar" acabou se tornando uma referência para um lugar de bate papo, encontros profissionais, momentos de descontração e lazer. E foi em meados da década de 40, no balcão do bar do Sr. José Gonçalves de Araújo, mais conhecido popularmente como "Zé da Ramira", que vários itaunenses compartilharam momentos únicos.
Zé da Ramira, deu início à sua vida de comerciante com 19 anos, logo após sair do tiro de guerra. Hoje com 86 anos de idade, é um dos mais antigos no seguimento de bares em Itaúna.
Durante sua trajetória, ele foi o idealizador do Tropicália, Bar do União, Bar do Automóvel Clube, Escondidinho, dentre outros. Zé da Ramira nunca escolheu os nomes de seus bares, essa tarefa ficava para os próprios clientes. Ele foi também o fundador do famoso "Bar Azul", tema constante do nosso artigo. O bar ficava na praça Dr. Augusto Gonçalves - considerado o ponto mais nobre da cidade naquela época. O museu de Itaúna exibe fotos centenárias, um acervo de fotografias de pessoas populares, que mostram também o antigo prédio do bar.
Mas por que o nome BAR AZUL?
 Simplesmente porque o imóvel era azul, dizem os saudosisFtas. Toda cidade pequena possui sempre grandes momentos, repassados a todas as gerações. Falar do Bar Azul é resgatar um passado cheio de histórias marcantes. O aposentado Carmo Lúcio de 72 anos, ainda lembra das brincadeiras de carnaval. Ele conta que as moças andavam num automóvel pela cidade fantasiadas, depois iam dançar nos Clubes. Naquele tempo havia Serestas e quando um rapaz queria namorar uma moça, tomava a iniciativa nos parques que apareciam na cidade ocasionalmente, através do "Correio Elegante" ou enviando alguma música.
Mulher entrava em bar? Nem pensar! As mulheres daquele tempo passavam longe dos bares e quem passava perto abaixava a cabeça. Época dos Rádios... só os ricos tinham rádio em casa, as pessoas costumavam ir na casa de Adolfo Mendes Pai, para escutar as Telenovelas ou noticiários. Vários cantores faziam sucesso: Nelson Barbosa, Cascatinha, Nelson Gonçalves e muitos outros que conquistaram um público grande.
O "point" era a Praça da Matriz, palco de quase todos os acontecimentos da cidade: Missa, Bares, Comércio, Política...
Outra curiosidade, é que o Bar Azul foi o primeiro bar a ter sinuca em Itaúna. O Automóvel Clube, foi o primeiro a vender revistas pois não existia banca. O Automóvel recebia a alta elite, onde se discutia política e futebol, e permitia a entrada de mulheres. O Bar do Plínio da década de 60, conhecido hoje como Bar do Sandoval, foi o pioneiro no atendimento 24h na cidade.
E já que o assunto gira em torno de bar e lugares que provocam saudade, entre as décadas de 30-60, vários se destacaram: Petisqueira, Bar do Cilico, Bar do Grilo – "Ponto dos políticos", O Século XX, o famoso Cine Rex, Matinê 10h, entre outros. Naquele tempo não existia violência, a cidade crescia lentamente.
Por todos esses anos Zé da Ramira tocou com paixão os bares que possuiu, e hoje seu nome virou referência e alusão aos velhos tempos. O bar do Zé da Ramira deu um novo sabor ao dia a dia dos itaunenses. Um empreendedor nato no comércio e na cozinha. "O mais importante era fazer o cliente se sentir bem no bar, ser amigo" palavras do Zé.
Foi ele mesmo o criador do "galeto na brasa", o prato mais famoso e gostoso, que nem precisamos detalhar muito; porque não será difícil descobrir quem nunca saboreou o que o Sr. Zé prepara com muito carinho. Para ele uma satisfação; para os clientes: um amigo. Ele mesmo gosta de preparar o tira gosto de alguns clientes, outros já trazem o tira gosto pronto de casa. A confiança é tanta que cada cliente faz o controle do seu consumo.
Um grande homem, simples e profissional, dono de uma bagagem de conhecimentos invejável. Um bar simples - de conteúdo raro, é a marca de Zé da Ramira em todos esses anos. ”
Janine Lorenzo




 NOTA:
Antes de postar este texto, procurei o senhor José Gonçalves de Araújo mais conhecido por Zé da Ramira para saber sobre quem foi o fundador do Bar Azul
O Zé confirmou que fundou o Bar Azul e logo vendeu para o Sr. Odorico Gonçalves Drumond Filho, mais conhecido como Neném Drumond que foi proprietário até a demolição do imóvel para construção do Edifício Benfica. 
Por ter sido uma conversa formal e amigável com o Zé da Ramira, não pedi nenhum documento que possa comprovar ou ao menos gravei nossa conversa.
Charles Aquino


 REFERÊNCIAS:
Texto biográfico: Janine Lorenzo
Texto biográfico: Gilberto Emanuel Silva -  Vereador
Organização e Elaboração: Charles Aquino.
Acervo e Fotografia: Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho, Charles Aquino.
Acervo e Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna.
Pesquisa: Charles Aquino
Correios CEP


terça-feira, 25 de dezembro de 2018

NAIR CHAVES COUTINHO

Lei Municipal 2987/95— CEP: 35680-582
Denomina logradouro público: Praça Nair Chaves Coutinho / Bairro Morro do Engenho

Projeto de Lei nº 080/95 - Denomina Logradouro público.
O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta, e eu, em seu nome sanciono a seguinte Lei 2987/95:
Art. — 1º Denominar-se-á Praça NAIR CHAVES COUTINHO o Logradouro público localizado na confluência das ruas Izolina Lopes de Faria, Dulcinéia Fonseca Ferreira e Geraldo Pereira da Silva, bairro Morro do Engenho, zona 03.
Art 2º — A Prefeitura Municipal providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a comunicação com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e a Companhia Energética de Minas Gerais -  CEMIG.
Art 3º — Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Salas das Sessões, em 12 de setembro de 1995
Fábio Joaquim Gonçalves – Vereador


Uma mulher extraordinária, grande educadora, era autêntica filha da Terra de Santana. Corria-lhe no sangue as heranças das famílias mais tradicionais de Itaúna. Descendente do primeiro Gonçalves que pisou o solo itaunense, no início do século dezenove, contava em sua árvore genealógica com a presença de Antônio Gonçalves Bonfim, que era Gonçalves Chaves. Deste ramo familiar, seu avô, Antônio Gonçalves Chaves, gerou o filho Enéas Gonçalves Chaves, brilhante solicitador, que encantava a cidade com sua oratória. No fórum de Itaúna, Pará de Minas e Bonfim, teve atuação notável, advogando causas difíceis e alcançando vitórias espetaculares.
Sua mãe era Nogueira e Camargos, conhecida como Donana e que ficou viúva quando Nair, filha única tinha apenas 12 anos. Educou-a primorosamente, tendo estudado em Oliveira, em sua tradicional Escola Normal.
Jovem professora, de beleza estonteante, elegeu-se Rainha de Itaúna, quando ainda não havia concurso para Miss. Professora, abraçou o magistério, exercendo com brilho a carreira, formando inúmeras gerações, até que se aposentou como Diretora de nossa querida Escola Normal “Manoel Gonçalves de Souza”.
Casou-se em 15 de setembro de 1924, com o jovem médico Dr. Antônio Augusto de Lima Coutinho, uma das figuras mais nobres desta cidade. Dirigiu Itaúna com acerto e competência como Prefeito Municipal. O Doutor Coutinho era filho de Ouro Preto, onde nasceu aos 12 de abril de 1898, filho de Pedro Arthur de Souza Coutinho e Felicíssima de Lima Coutinho.
Dona Nair foi admirável figura humana, na qual se conciliavam, de forma absolutamente harmônica, a beleza física, a esmerada educação, a fé cristã, a cultura didática e a imprescindível energia, belo exemplo de cidadã, esposa e mãe.
O casal edificou um belo lar e ao dr. Coutinho sobrevieram nove filhos: sete homens e duas mulheres, todos nascidos em Itaúna: dr. Helênio Enéas Chaves Coutinho, dr. Rômulo Augusto Chaves Coutinho, dr. Juarez Carlos Chaves Coutinho, dr. Evandro Alberto Chaves Coutinho, professor Marco Elísio Chaves Coutinho e o dr. Helder Magnus Chaves Coutinho, bem como as prendadas senhoras Maria Ângela e Ângela Maria.
Dona Nair faleceu recentemente, depois de viver honrando a terra em que nasceu, deixando-nos um exemplo de dignidade, virtude, trabalho e santidade.
Sala das Sessões, em 12 de setembro de 1995
Fábio Joaquim Gonçalves – Vereador

Nomeio para relator o nobre vereador João Viana da Fonseca
Sala das Sessões, em 12 de setembro de 1995
Fábio Joaquim Gonçalves — Presidente da Comissão de Justiça e redação
Voto do Relator
O Projeto de Lei nº 080/95 que denomina Logradouro público em nosso município é legal, e está amparado pela Lei Municipal 2.602 de 23 de março de 1992 e no artigo 166 da Lei Orgânica Municipal.
Opino por sua apreciação pelo Plenário.

Sala das Sessões, em 12 de setembro de 1995
João Viana da Fonseca — Relator
Acompanha o voto do relator os seguintes membros da Comissão:
Fábio Joaquim Gonçalves — Presidente da Comissão
Ricardo Drumond Magalhães — Secretário da Comissão

Nomeio para relatora a nobre vereadora Elizabeth Coutinho Magalhães
Sala das Sessões, em 12 de setembro de 1995
Donizete Geraldo de Lima — Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento

Voto do Relator
O Projeto de lei nº 080/95 é legal, está amparado na Lei Municipal nº 2.602, de 23 de março de 1992 e no artigo 166 da Lei Orgânica Municipal.
O Projeto merece ser apreciado pelo Plenário da Casa.

Elizabeth Coutinho Magalhães — Relatora
Acompanham o voto da relatora os seguintes membros da Comissão:
Donizete Geraldo de Lima — Presidente da Comissão
Francisco de Assis Resende — Secretário da Comissão

Aprovado em 1ª discussão e votação 12/09/1995
 Sala das Sessões, em 12 de setembro de 1995



REFERÊNCIAS:
Texto biográfico:  Fábio Joaquim Gonçalves – Vereador
Organização, Arte e Elaboração: Charles Aquino.
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira, Prof. Marco Elísio Chaves Coutinho, Charles Aquino
Acervo e Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna.
Pesquisa: Charles Aquino Patrícia Gonçalves Nogueira.
Correios CEP

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

GUARANY NOGUEIRA

Lei Municipal 3477/99 — CEP: 35681-750
Denomina logradouro público: Distrito Industrial Guarany Nogueira / Rod. MG-050


GUARANY NOGUEIRA

Na rua Silva Jardim, naquele tempo suja, esburacada e cheia de pedras, numa casa antiga, local onde moravam os herdeiros de Cândido Perillo, em 20 de agosto de 1902, nasceu Guarany Nogueira, filho de Manoel Zacharias Nogueira e de Dona Aureslina de Faria Nogueira.
O Guarany tem praticamente a idade do município de Itaúna, instalado a 2 de janeiro de 1902. Presenciou a festa no útero de sua progenitora e deve ter sentido no seu ainda incipiente coração, todas as emoções da jovem mãe. Nasceu oito meses depois. Por isso tano ama Itaúna!
Em 1918 e 1919, transformou-se em representante de gado vacum e suíno. Nas horas vagas, estudava no Externato de Pará de Minas. Em 1920, estabeleceu-se com uma casa de cereais na rua da Ponte. O ano de 1921 foi decisivo em sua vida: trabalhou como quarteio no Hotel Internacional em Belo Horizonte, o melhor e maior da jovem capital. Encarregado de arrumação, gostava das coisas limpas, varria cuidadosamente cada quarto.
Encontrou logo sua verdadeira vocação: Comerciante. Empregou-se na Casa Abras e, até 1925, frequentou a melhor universidade de negócios da época, a rua dos Caetés, constituída principalmente de sírios e libaneses. Passou a viajante comercial da Casa Aziz Abras. Este notável comerciante foi seu grande amigo e protetor.
Conheceu em Santo Antônio do Monte, ainda adolescente, com seus 15 anos, menina-moça, a paixão definitiva de sua vida: Maricas. Aconteceu o primeiro encontro de Guarany com Maricas, sempre acompanhada de amigas. Uma delas, a Pautilha, pianista, tocava sempre para o Magalhães Pinto, também de Santo Antônio do Monte.
Em 10 de abril de 1926, casou-se em Santo Antônio do Monte, onde seu amigo e padrinho Aziz Abras não pode ir, por causa das enchentes do Rio São João em Itaúna. Os trilhos e pontilhões da antiga várzea, inundados, impediram que as “Marias Fumaças” da R.M.V. neles transitassem.
Deste casamento nasceram Guaracy de Castro Nogueira e Eneida Nogueira. Esteve casado e feliz durante 42 anos com Maricas.  Logo após o casamento, Guarany comprou de José Fagundes, na Rua do Rosário, sua casa própria, em 4 de setembro de 1926. Nela montou sua própria loja, adquirindo a parte do Pinheiro, morando nos fundos.
Tornou-se grande acionista das maiores empresas mineiras e, em Itaúna, tem posição de destaque entre os maiores acionistas das Companhias Industrial Itaunense e de Tecidos Santanense. É membro do Conselho Consultivo da primeira e do Conselho Fiscal da segunda.
Em 1950, Itaúna, sem clube, discutia sobre a possibilidade de construir um outro, pois o antigo “Clube Itaunense” desaparecera. Enfrentando opiniões, muitas vezes contrárias, com Vandeir Nogueira e Modestino Gonçalves Franco, construiu, inaugurou e entregou o Automóvel Clube.
Guarany Nogueira, um autêntico itaunense, retrato vivo e sofrido do verdadeiro barranqueiro do Rio São João.

Guaracy de Castro Nogueira

Ano de 1987


 Guarany Nogueira



REFERÊNCIAS:
Organização e Elaboração: Charles Aquino.
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira
Acervo e Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna.
Pesquisa: Charles Aquino Patrícia Gonçalves Nogueira.
Correios CEP
Texto biográfico: Guaracy de Castro Nogueira -  JORNAL A VIOLETA,  Ed. Especial, em 20 de agosto de 1987, para comemorar os 85 anos de Guarany Nogueira




MONSENHOR HILTON

Lei Municipal 1870/85— CEP: 35681-232
Denomina logradouro público: Rua Monsenhor Hilton / Conjunto Habitacional Jadir Marinho de Faria

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º — As ruas do Conjunto Habitacional Jadir Marinho de Faria, Zona 08, terão as seguintes denominações:
[...] 03 – Monsenhor Hilton a rua que tem seu início na rua Prefeito Antônio Dornas, passando pelas quadras 18,24,25,26,27, 28 e terminando na rua Dona Sinhá.
Sala das Sessões, em 8 de outubro de 1985
João Viana da Fonseca — vereador

JUSTIFICATIVA

Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa 

Estamos em 1912, no último dia 31 de dezembro, nas despedidas do ano velho, que acena para o ano novo de 1913. Nos derradeiros momentos, quando todos festejam a passagem do ano, no velho casarão da Avenida Getúlio Vargas, Dona Custódia de Souza Moreira festeja de um modo todo peculiar, trazendo ao mundo mais um herdeiro, de uma prole numerosa de 15 filhos.

Seu pai, Virgílio Gonçalves de Souza Moreira o deixou muito cedo, com apenas 1 ano e 8 meses. São suas essas palavras: "Como seria bom, se eu pudesse ter conversado e discutido vários assuntos com meu pai".

Menino estudioso, inteligência brilhante, começou seus estudos no Grupo Escolar Dr. Augusto Gonçalves, surpreendeu por sua rara inteligência, ao ser alfabetizado antes dos sete anos, só porque ia à escola com sua irmã, professora, e lá ficava brincando embaixo da mesa. Gostava de trabalhar, nos momentos de folga escolar, no Armazém de seu cunhado Augusto Rodrigues, como também no Armazém de seu outro cunhado Cícero Franco. O menino Hilton transportava também, a correspondência dos correios, fazendo longas caminhadas.

Sentiu vocação para ser padre e, apoiado pela família, principalmente sua mãe e o então vigário Padre Cornélio Pinto da Fonseca. Foi estudar em Belo Horizonte, no Seminário do Coração Eucarístico de Jesus, pelos idos de 1925. Continuava bom aluno, obediente e aplicado. Sentindo, no entanto, dúvidas sobre sua vocação, pediu permissão à sua mãe, para se retirar do Seminário. Claro, essa sua decisão entristeceu muito aos seus familiares, mas foi aceita e respeitada. Fez opção pela carreira de professor indo lecionar em Sete Lagoas. Nessa época escreveu um romance ainda inédito intitulado "A Voz do Coração".

Sua mãe adoeceu e o fez voltar para Itaúna para fazer-lhe companhia nos últimos anos de sua vida. Passou a lecionar Português e Matemática na Escola Normal Oficial de Itaúna. Durante toda a sua vida gostou muito das coisas do campo e, seu tempo livre empregava-o como hortelão, cuidando de uma enorme horta no fundo da sua casa.
Pouco depois da morte de sua mãe, em 1936, o jovem Hilton sentiu novamente o chamado de Deus e, agora, sobe os degraus do Seminário muito mais firme, convicto da vocação e mais ligado à Deus. As dúvidas e as indecisões ficaram para trás. Padre Hilton viveu sua vida dedicada à Deus plenamente!

Seus estudos e orações foram coroados de êxito com sua ordenação em 1944, na Matriz de Sant'Anna, com uma grande festa. Teve por padrinhos seu irmão Manoel Gonçalves de Sousa e o Prefeito da cidade de Itaúna Dr. Lincoln Nogueira Machado. A cerimônia foi oficializada por sua Exº. Revmº. Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte.

Veio trabalhar em sua cidade na Paróquia do Coração de Jesus de Santanense, onde seria sua última paróquia. Com seu dinamismo e disponibilidade, dedicou -se inteiramente ao serviço de Deus. Foi um percurso brilhante por suas realizações, tanto no campo espiritual, quanto no administrativo. Homem íntegro, com imensa capacidade de trabalho, sabia ser culto, sem ser pedante; polido, sem ser piegas; forte, sem ser autoritário; profundamente educado, sem ser bajulador.

No dia 20 de fevereiro de 1985 uma avalanche desabou sobre todos nós! Era o último dia de carnaval no Grêmio Paroquial de Santanense, a música tocava alegremente e os foliões dançavam despedindo-se do carnaval. E veio a notícia fulminante, que ninguém esperava ou acreditava:  Monsenhor Hilton morreu!

Foi uma morte rápida, como ele sempre desejou! E ele nos deixou! De um momento para o outro ficamos órfãos, perdemos nosso pai. Nunca vimos uma quarta-feira de cinzas tão cinza! O silêncio rolou pelas ruas, os soluços retumbavam, as lágrimas escorreram pelas faces das pessoas incrédulas, tristes, familiares, amigos, enfim, todos que tiveram o privilégio de usufruir de sua companhia e amizade. No momento de sua morte ele estava em sua casa à Rua Acácio Baeta nº 99 em Santanense, com sua sobrinha, quase filha, Marisa Gonçalves de Sousa.

No entanto, sua passagem, em nossa paróquia, nos trouxe imensos benefícios espirituais, já que era preocupadíssimo com suas ovelhas, as quais muito amava. Transmitia a fé e os ensinamentos como ninguém e trabalhou arduamente pelo reino de Deus. Eternamente continuará vivo em nossas lembranças e em nossos corações!



O presente projeto que ora apresentamos aos senhores vereadores dá denominação a logradouros públicos no conjunto habitacional Jadir Marino de Faria. Trata-se de ilustres itaunenses, cuja memórias não devem ser apagadas. Os serviços que prestaram a nossa terra, justificam nossa proposição e desejamos preservar a lembrança destas grandes personalidades.
Sala das Sessões, em 8 de outubro de 1985
José Coelho Neto — Presidente da Câmara

Nomeio relator o nobre colega Geraldo Magela de Assis Oliveira.
Sala das Sessões, 10 de outubro 1985
João José Joaquim de Oliveira — Presidente da Comissão
O presente Projeto de Lei nº 78/85, está em conformidade com a legislação vigente, competindo a esta Casa a sua apreciação

Sala das Sessões
Aprovado em 1ª discussão em 15/10/1985
Aprovado em 2ª discussão em 22/10/1985
Aprovado em 3ª discussão em 23/10/1985

José Simonini Filho — Relator
Milton Nogueira de Oliveira — Membro
José Coelho Neto — Presidente da Câmara
Geraldo Magela de Assis Oliveira — Secretário
Osmando Pereira da Silva — Presidente da Comissão
João José Joaquim de Oliveira — Presidente da Comissão de Justiça

A Comissão de Justiça e Redação nada tem a modificar na redação original
Projeto de Lei n° 78/85.
Sala das Sessões, em 23 de outubro de 1985


REFERÊNCIAS:
Texto biográfico: Marisa Gonçalves de Sousa
Organização e Elaboração: Charles Aquino.
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira, Charles Aquino.
Fotografia: Antônio Gomes
Acervo e Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna.
Pesquisa: Charles Aquino Patrícia Gonçalves Nogueira.
Correios CEP

domingo, 23 de dezembro de 2018

MONSENHOR HILTON GONÇALVES DE SOUSA

Lei Municipal 1840/85— CEP: 35680-568
Denomina logradouro público: Praça Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa / Vila Washington

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º — Denominar-se- á “MOSENHOR HILTON GONÇALVES DE SOUSA” a praça localizada na zona 10, na confluência das Ruas Palmeiras, Rua Avenca e Acácia, na Vila Washington.
Art. 2º — Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.



JUSTIFICATIVA

Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa

As comunidades da Vila Washington e bairro São Geraldo, como toda a cidade de Itaúna, querem preservar a memória desse grande itaunense, Monsenhor Hilton Gonçalves de Sousa.
Vigário da Paróquia de Santanense, por 14 anos, sempre teve grande estima para aquela comunidade do bairro. A igreja de São Geraldo, localizada na Vila Washington, obra que iniciou e quando estava para ser inaugurada, Deus o chamou para o seu convívio.
Esses senhores vereadores, são as razões que me leva a propor o presente projeto que representa a vontade do povo de Itaúna, especialmente daquelas comunidades que preservam a memória do Monsenhor Hilton.

Sala das Sessões, em 3 de junho de 1985
Walter Corradi — Vereador


Itaúna 20 de maio de 1985
Ao sr Walter Corradi
Vereador da Câmara Municipal de Itaúna
Prezado Senhor,
A Associação de Apoio Comunitário do Conjunto Habitacional do Bairro São Geraldo, vem por meio desta, sugerir que se dê o nome de Monsenhor Hilton à pracinha situada entre as ruas Palmeiras, Rua Avenca e Acácia, na Vila Washington.
Monsenhor Hilton, sempre teve grande estima pelo nosso povo e bairro, sendo muito querido por todos e esta seria uma forma de agradecer o muito que ele fez por nós.
Contando desde já com o seu apoio, subscrevo-lhe  
Atenciosamente,
Associação de Apoio Comunitário do Conjunto Habitacional São Geraldo
Lúcia Rodrigues Leite e Silva



Nomeio para relatar o presente projeto de lei nº 45/85, o nobre colega Geraldo Magela de Assis Oliveira.
Sala das Sessões em 11/06/1985
João José Joaquim de Oliveira — Presidente da Comissão de Justiça e redação

A apreciação do presente projeto de Lei que denomina logradouro público é de competência do legislativo e obedece às normas vigentes. É, portanto, legal e merece ser apreciado por esta Câmara.
Sala das Sessões em 11/06/1985
Geraldo Magela de Assis Oliveira — Relator
João José Joaquim de Oliveira — Presidente da Comissão de Justiça e redação
José Luiz Guimarães Filho — Membro


Nomeio o ilustre colega José Simonini Filho, para relatar o presente projeto de Lei .
Sala das Sessões em 11/06/1985
Osmando Pereira da Silva — Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento

A Comissão de Finanças e Orçamento acha plenamente e justa esta homenagem que Itaúna presta a seu grande e atuante filho. Somos favoráveis a este projeto.

Sala das Sessões
Aprovado em 1ª discussão em 11/06/1985
Aprovado em 2ª discussão em 18/06/1985
Aprovado em 3ª discussão em 25/06/1985

José Simonini Filho — Relator
José Luiz Guimarães Filho — Membro
Milton Nogueira de Oliveira — Membro
José Coelho Neto — Presidente da Câmara
Geraldo Magela de Assis Oliveira — Secretário
Osmando Pereira da Silva — Presidente da Comissão
João José Joaquim de Oliveira — Presidente da Comissão de Justiça














REFERÊNCIAS:
Texto biográfico: Walter Corradi — Vereador
Organização e Elaboração: Charles Aquino.
Acervo: Marisa Gonçalves de Sousa
Acervo e Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna.
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira.
Correios CEP