quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

JOSÉ DE ALENCAR

Lei Municipal 1244/75— CEP: 35680-097
Denomina logradouro público: Rua José de Alencar / Bairro Irmãos Auler
  

Projeto de Lei 05/75
Da denominação a Bairro, Ruas e Avenidas
O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei Municipal nº 1244/75

Art. 1º — Denominar-se-á “BAIRRO IRMÃOS AULER” o atual loteamento de Irmãos Auler Ltda.
Art. 2º — As ruas atualmente somente numeradas do loteamento Irmãos Auler Ltda terão as seguintes denominações:
RUA JOSÉ DE ALENCAR — A atual Rua 6 que tem seu início na Rua 1 e termina na Rua 2;
Art. 3º — Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Sala das Sessões, em 24 de novembro de 1975
Raimundo Santos Nogueira — Vereador




COMISSÃO DE JUSTIÇA E REDAÇÃO
Nomeio o relator o vereador Nelson Ferreira da Silva.
Sala das Sessões 26/11/1975
Joaquim Antônio Diniz

O substitutivo preenche os requisitos legais. Deve ser apreciado pela Câmara.
Sala das Sessões 26/11/1975
Nelson Ferreira da Silva — Relator
Joaquim Ferreira da Silva — Presidente da Comissão
Valdir Corradi — membro

COMISSÃO DE FINANÇAS E ORÇAMENTO
Nomeio relator o vereador Waldemar Gonçalves de Sousa
Sala das Sessões 26/11/1975
Geraldo Alves Parreiras — Presidente da Comissão

O projeto merece aprovação em primeira discussão.
Sala das Sessões 26/11/1975
Waldemar Gonçalves de Sousa — Relator
Geraldo Alves Parreiras — Presidente da Comissão
Luiz de Oliveira Guimarães — Membro

A Comissão de Justiça e Redação é pela aprovação com a redação primitiva do Substitutivo, incorporadas as emendas aprovadas.
Aprovado em 1ª discussão 26/11/1975
Aprovado em 2ª discussão 27/11/1975
Aprovado em 3ª discussão 28/11/1975

Sala das Sessões 28/11/1975
Joaquim Antônio Diniz
Valdir Corradi
Jaime Nogueira Rodrigues — Presidente da Câmara




JOSÉ DE ALENCAR

José de Alencar (José Martiniano de Alencar), advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Messejana (atual bairro de Fortaleza), CE, em 1º de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.

Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal. É neto, pelo lado paterno, do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de D. Bárbara de Alencar, matrona pernambucana que se consagraria heroína da revolução de 1817. Ela e o filho José Martiniano, então seminarista no Crato, passaram quatro anos presos na Bahia, pela adesão ao movimento revolucionário irrompido em Pernambuco.

As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contato com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem refletir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde o pai desenvolveria carreira política e onde frequentou o Colégio de Instrução Elementar. Em 1844 vai para São Paulo, onde permanece até 1850, terminando os preparatórios e cursando Direito, salvo o ano de 1847, em que faz o 3º ano na Faculdade de Olinda.

Formado, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Comércio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de Ao correr da penaRedator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.

A sua notoriedade começou com as Cartas sobre A Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura brasileira. Estabeleceu-se, entre ele e os amigos do poeta, apaixonada polêmica de que participou, sob pseudônimo, o próprio D. Pedro II.

A crítica por ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, incompatível à expressão dos sentimentos e anseios da gente americana e à forma de uma literatura nascente. Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um gênero moderno e livre.

Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos.

A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do Indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia.

Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e por que sou romancista, onde apresentou também a sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua cadeira.

Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.








REFERÊNCIAS:
Organização: Charles Aquino
Texto biográfico e acervo: Academia Brasileira de Letras
Projetos de Leis dos Logradouros: Câmara Municipal de Itaúna
Pesquisa: Charles Aquino, Patrícia Gonçalves Nogueira
Logo: Câmara Municipal de Itaúna e Prefeitura Municipal de Itaúna


Local: R. José de Alençar - Irmãos Auler, Itaúna - MG, 35680-097, Brasil

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